A escultura vaza o espaço real, prossegue em direção ao que só é apreensível pelos olhos e pela mente
À esquerda da rede e antes da escultura de luze, as duas peças compostas de correntinhas de metal e espelho, duas esculturas que se desfazem em linhas e imagens; duas cascatas prateadas, cujos jorros despencam do alto para irem além, respectivamente, do teto e do chão do ambiente. Na primeira delas, uma série de correntinhas afixadas em uma sucessão vertical no alto da parede arroja-se para o chão, rumo à superfície quadrangular de um espelho, onde então se arrematam ordenadamente, correndo em linhas paralelas.
O espectador se aproxima dela e observa como o conjunto avança em direção ao chão, afunda-se nele para duplicar-se virtualmente.
A escultura vaza o espaço real, prossegue em direção ao que só é apreensível pelos olhos e pela mente.
Agnaldo Farias, Territórios, Exposição no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 12 de novembro de 2002 a 2 de fevereiro de 2003. Catálogo, p.30.